Bobsled ou patinação? Sandro Viana se reinventa e mira Jogos de Inverno

15/10/2016 18:04

Velocista conta sobre a reação de Claudinei Quirino quando soube de sua intenção em participar dos Jogos de 2018, na Coreia do Sul.

 
Em 2006, Claudinei Quirino, que fez história nas pistas do atletismo mundial, se aventurou nos Jogos de Inverno de Sochi ao aceitar proposta para integrar o time de bobsled. A experiência não deu muito muito certo para o time brasileiro naquele ano. Mas as coisas foram "tomando" forma de lá para cá. Com o crescimento, ainda que a passos lentos, da expressividade do esporte no país, outro atleta cogita seguir os passos de Quirino e se aventurar: Sandro Viana. Depois de ficar fora da Rio 2016, o amazonense, que já disputou duas Olimpíadas e é campeão pan-americano, quer se reinventar e tentar a sorte na Olimpíada de Inverno de 2018. Seja no bobsled, esporte que ficou conhecido através do filme "Jamaica Abaixo de Zero", ou na patinação de velocidade. Eu ando analisando os esportes, mas os que mais tenho afinidade: bobsled ou a patinação de velocidade em 500m. Ambos você precisa de uma boa velocidade, e eu tenho. No boblsed é um grupo de quatro e tem uma pegada com o atletismo muito forte. Não quero ser o piloto, mas quem sabe eu possa participar da equipe. Agora é treinar, fazer os testes e ver em quais desses eu vou me adaptar melhor. Não vejo dificuldades em buscar uma vaga nos Jogos de Inverno - revela.Apesar de ser amigo de Claudinei, Sandro revela, em tom bem-humorado, que o ex-campeão não serve - de forma alguma, reitera - como fonte de inspiração para essa nossa jornada. Quirino, anos depois, revelaria que"foi a maior besteira que fez na vida". Depois de descer com o carrinho de cabeça para baixo três vezes seguidas, o time brasileiro foi eliminado. Viana ri ao contar a conversa que teve com Claudinei sobre a situação. Mas não leva a recomendação a sério.

- Quirino meio que me "desinspirou". Quando conversamos, me disse: "nunca mais, Sandro. O carro virou, eu caí e me ralei todo. Fiquei traumatizado, amigo". Isso porque, depois da queda do carro, ele ficou o caminho todo de cabeça para baixo e por isso se machucou. Mas, mesmo assim, eu não vou levar o medo dele. Não sou um homem de desistir, mas sim de tentar e é isso que vou fazer - diz, aos risos. 

 O convite de participar dos Jogos de Inverno veio de amigos que já participaram da competição e chega em um momento de despedida para Sandro. Isso porque, segundo o velocista, 2017 será seu último ano nas pistas de atletismo. Ainda esse mês, ele deve voltar para São Paulo para retomar o trabalho e já fala em dividir seu tempo entre as pistas e as tentativas nas novas modalidades. 

- É o meu último ano no atletismo e quero encerrar bem. Viajo para São Paulo e troquei de treinador, então estou indo para ver como vai ficar a minha vida. Já me programei para dividir meu tempo. Atualmente treino de segunda a sábado e quero reservar minhas tardes de quarta e sábado para começar meu treinamento para essas novas modalidades - revelou o velocista. Em reta final de carreira no atletismo, Sandro acredita ter bastante chance de emplacar na nova modalidade, visto que ainda é bem baixa a participação de brasileiros. O amazonense acredita ter boa bagagem pleitear uma vaguinha nos Jogos de Inverno. Falta pouco, garante.

- Eu viajei por muitos lugares e conheci muita gente. Por onde passei fiz amigos e alguns desses meus amigos já disputaram os Jogos de Inverno e me falaram sobre. Eu achei interessante e vi uma real possibilidade de participar. O Brasil é novo nesse ramo e muitos atletas daqui convidados para disputar. Hoje, tenho 80% da bagagem necessária para participar, 80% esses conquistados no atletismo. Os outros 20% a gente consegue trabalhando - finalizou.