IAAF aprova plano de reforma e comissão contra corrupção e doping

03/12/2016 19:06

Unidade independente de integridade vai fiscalizar as ações da entidade máxima do atletismo e combater casos de corrupção e doping.

 

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) deu um importante passo para resgatar a confiança de fãs e patrocinadores depois do escândalo de doping da Rússia. Neste sábado, o Congresso Especial da entidade se reuniu em Mônaco e aprovou o plano de reforma para combater a corrupção e o doping. O pacote de medidas, chamado de "Time for Change" (Tempo de Mudança), tem como principal ponto a criação de uma unidade independente de integridade. Essa comissão vai fiscalizar as ações da IAAF.

- Temos que proteger nosso esporte. Temos que colocar em prática estruturas que vão manter nosso esporte e nossos atletas seguros, dentro e fora da pista. Foi muito ruim que isso (o escândalo de doping da Rússia) aconteceu, mas não pode acontecer uma segunda vez. Não sob nossa supervisão ou de qualquer outra pessoa. Temos que dar um passo para frente e garantir que os muros nunca estejam tão altos novamente e as contas e os balanços estão em ordem e funcionando - disse o britânico Lord Sebastian Coe, presidente da IAAF.

O plano de reforma foi aprovado por 182 dos 192 votos válidos, quase 95%. As mudanças vão acontecer em dois estágios. O primeiro deles começa no dia 1 de janeiro de 2017. O segundo, no dia 1 de janeiro de 2019.

Com a reforma, Coe espera combater a corrupção e o doping para resgatar a confiança de investidores e fãs no atletismo, abalada após o escândalo russo, com a conivência do ex-presidente da IAAF, o senegalês Lamine Diack - o britânico era vice-presidente na época, mas não foi acusado de cumplicidade. As propostas se fundamentam sobre quatro pilares: buscar novos parceiros e fãs; igualar condições e processos entre países (especialmente o controle antidoping); promover a ética dos dirigentes; e empoderar atletas.

A aprovação do pacote "Time for Change" antecede a divulgação da segunda parte do relatório McLaren, com as investigações da comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada) sobre o escândalo de doping institucionalizado na Rússia.