Por dentro da Maratona de NY: os números da maior corrida do mundo

03/11/2016 12:50

Com apenas 55 corredores na primeira edição, realizada em 1970, a prova criada 
por Fred Lebow cresceu e se tornou a maior e a mais popular entre as competições.

 
Quarenta e seis anos de muitas histórias separam os 55 finalistas de 1970 dos 50 mil inscritos na edição de 2016 da Maratona de Nova York, que acontece neste domingo, 6 de novembro. A mobilização de um milhão de espectadores espalhados ao longo dos 42km de percurso e uma transmissão ao vivo na TV capaz de atrair cerca de outros 300 milhões refletem o que se tornou a prova fundada por Fred Lebow: a maior e mais popular corrida do mundo.  Contemplando os cinco diferentes distritos da cidade desde 1976 – inicialmente, uma mudança provisória pela comemoração do bicentenário da independência americana -, em seus primórdios a prova consistia em dar quatro voltas dentro do Central Park. O modelo fez sucesso, desde então a maratona tem largada em Staten Island, percorre Brooklyn, Queens, Bronx, Manhattan, e termina no famoso parque.  

Palco da quebra de cinco recordes mundiais, a corrida teve dois deles - o americano Alberto Salazar e a neozelandesa Allison Roe - desqualificados em 1981, pois descobriu-se que o percurso teria 150m a menos do que a distância oficial de 42,195 km. Os três tempos batidos pela norueguesa Grete Waitz (de 1978 a 1980) constam nas estatísticas oficiais, mas ainda assim são considerados suspeitos.Ela é também a recordista de vitórias na prova, com nove maratonas conquistadas nas décadas de 70 e 80. O americano Bill Rodgers é o maior vencedor entre os homens, com quatro vitórias consecutivas, de 1976 a 1979.

A edição de 2013 testemunhou o milionésimo corredor cruzar a linha de chegada desde a primeira corrida. Em 2014, o número oficial de finalistas da maratona foi de 50.530, novo recorde mundial de participantes. Entre os maratonistas, 30.108 homens, 20.422 mulheres e 520 brasileiros.

Realizada anualmente no primeiro domingo de novembro, a prova se tornou uma tradição da “Big Apple”. Não aconteceu apenas em 2012, quando foi cancelada devido aos estragos causados na cidade pelo furacão Sandy. Na manhã em que participariam da maratona, milhares de atletas se juntaram para correr no Central Park, outros se mobilizaram para ajudar nos esforços de recuperação da cidade. 

O clima de solidariedade é peça fundamental para o sucesso da corrida. No dia do evento, dez mil voluntários trabalham pelas ruas em prol da Maratona de Nova York. Eles são os responsáveis por entregar um total de 61.770 galões de água e 32.040 galões de bebida isotônica em copos de papel. Antes mesmo da largada, servem 40.800 barras de proteína, 61.200 garrafas de água e 65 mil copos de café aos atletas.
 
As estatísticas referentes à estrutura de apoio chamam a atenção. As 38 estações de apoio médico localizadas ao longo do percurso são equipadas com 5.700 quilos de gelo, 14 mil bandagens de esparadrapo e 220 tubos de vaselina.

Neste domingo, Nova York pode possibilitar a escrita de novos recordes de consumo, público e tempo. Motivados pelo desejo de superação pessoal, 50 mil corredores estarão a postos para percorrer 42 desafiantes quilômetros. Quando os alto-falantes tocarem “New York, New York”, será dada a largada de mais uma edição da prova que ajuda a escrever a história da “cidade que nunca dorme”.